top of page

DIÁRIO DE VIAGEM – ARQUITETURA CARIOCA RIO ANTIGO


Convento de Santo Antônio

No dia 03 de outubro partimos à noite, guiados pela expectativa de mais uma imersão arquitetônica. O destino? O Rio de Janeiro — essa cidade que pulsa entre o sagrado e o profano, entre o traço histórico e o contorno moderno.


Chegamos por volta das sete da manhã e, antes mesmo de o sol se firmar, seguimos para um café reforçado na charmosa padaria Bakery, onde as vitrines repletas de guloseimas e o aroma do pão fresco anunciaram que o dia começava com sabor e energia.

Logo depois, seguimos rumo à Catedral Metropolitana, onde acontecia a missa em homenagem a São Francisco de Assis. Ali nos encontramos com Joaquim, nosso guia carioca — simpático, detalhista e apaixonado pela história da cidade. Ele nos conduziu em um passeio envolvente, revelando a simbologia do edifício modernista, sua forma cônica que remete às pirâmides maias e os vitrais que filtram a luz em tons que parecem conversar com o divino.


De lá, Joaquim nos guiou em uma caminhada até o Convento de Santo Antônio, um dos mais belos exemplos do barroco carioca. Tivemos a sorte de presenciar a celebração que unia padres vicentinos, beneditinos e franciscanos — um encontro raro e simbólico, onde fé e história se entrelaçavam sob talhas douradas e altares centenários.

Seguimos em seguida até o Theatro Municipal, inspirado na Ópera de Paris. Cada detalhe da fachada e dos interiores conta sobre uma época de esplendor e ambição cultural.Todo o seu entorno reforça essa atmosfera europeia — praças, fachadas e monumentos que remetem à arquitetura francesa do século XIX, com seus traçados clássicos, colunas ornamentadas e simetrias monumentais. Caminhar por ali é quase sentir-se em um boulevard parisiense banhado de sol tropical.


Nosso encontro seguinte foi na Confeitaria Colombo, um verdadeiro templo da arquitetura art déco e dos prazeres da mesa. Seus espelhos belgas, vitrais e colunas de mármore criam uma atmosfera que mistura elegância e nostalgia — uma viagem no tempo em meio ao aroma do café e das delícias da casa.


O almoço no Contemporâneo Lapa trouxe uma pausa descontraída. A decoração moderna, repleta de texturas e cores tropicais, contrastava com a tradição da feijoada servida à mesa — uma síntese deliciosa do espírito carioca.

Depois do almoço, exploramos as ruas da Lapa, com suas fachadas vibrantes, cheias de vida e expressão. Cada esquina parecia uma colagem arquitetônica — casarões antigos, bares boêmios e grafites convivendo em harmonia com o vai e vem da cidade.


Encerramos o dia brindando com champanhe na cobertura do hotel. Dali, a vista do Rio parecia uma pintura viva: o mar, as luzes, os sons.À noite, o Rio se revela. A Lapa abre as portas e convida o olhar e o coração: fachadas iluminadas, música que ecoa pelos arcos, pessoas que ocupam as calçadas como se fossem palcos. A cidade vibra — uma experiência sensorial, estética e humana, que mistura história, arquitetura e vida. Que dia intenso e vibrante, fomos agraciados com momentos incríveis, amanhã tem muito mais.


O domingo amanheceu leve. Após o café, parte do grupo embarcou no bondinho de Santa Teresa, serpenteando ladeiras e histórias de um bairro artístico e encantador, enquanto outros foram reverenciar o Cristo Redentor, que vigia a cidade de braços abertos. O Rio nos surpreende a cada minuto, as ruas do boêmio bairro de Santa Teresa com seus grafites coloridos contrastam com a arquitetura nas suas fachadas, na arte marcante e diversificada com moradores circulando por entre as ruas num sobe e desce de seus bondinhos amarelos. A vista lá de cima é espetacular mostrando um Rio cheio de formas, cores e vida, totalmente surpreendente.


E então veio o ápice da viagem: o passeio marítimo pela orla do Rio de Janeiro.O barco deslizou suavemente pela Baía de Guanabara, revelando os sete pontos icônicos da orla — entre eles, a Ilha Fiscal, o Museu do Amanhã, o Castelo da Marinha, os navios de guerra, as fortalezas históricas que guardam a entrada da cidade, contrastando com a volumetria dessa cidade fantástica cheia de formas marcantes. Foi um desfile de paisagens e memórias arquitetônicas, onde o olhar se perdia entre o azul do mar e o traçado monumental da cidade. O contraste entre o patrimônio histórico e a natureza exuberante coroou nossa jornada com uma sensação de plenitude.


Uma breve pausa para o almoço no aeroporto, num entra e sai de pessoas e então o retorno. No caminho, o pôr do sol — um espetáculo em tons alaranjados — nos despediu com doçura e promessa: até breve.


O Rio já deixou saudades com sua energia inconfundível. Mas nossa jornada continua… o próximo destino nos espera entre trilhos de história e flores recheada com muitas cores e sabores — Jaguariúna e Holambra vêm aí.


 
 
 

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
bottom of page